28 de mai. de 2010

Criança de Mim

Esse tempo que não te tive já sendo seu, perdi.
Essas horas que passaram sem tua companhia, jamais terei.
Os motivos, os gritos e o que pode ser alegre ou triste, se foram.
Como aquele dia de parque que choveu.

Não por que não estava.
Mas tudo - e todas as palavras - pelo motivo de que poderia estar.
Chego menos feliz - apenas chego.
Sem história pra contar - sem um novo 'causo'.

... É que eu não te vi.
E menos senti seu cheiro ou calor.
Não vi o brilho na face que afago
Quando poderia apontar a lua, que cheia estava.

Tudo e mais um pouco.
O palhaço foi sem riso, apesar da graça.
Mais poderia ser, com - e para - você.
Temo fazer com que minha palavra perca o valor pelo uso em demasia.

Mas não tenho o que dizer se não o belo e o clichê.
E digo.
É tudo rosa.
Agodão doce.

De novo o passado que não aconteceu.
Sei que não pode ser sempre - afazeres em prioridade.
Mas faço birra e peço, por que não?
A culpa é sua - a criança de mim foi você quem chamou.

Exclamo: "Sim?" – interrogo, na verdade.
À tua boca, teu corpo, teu ser.
Análogo, metafórico e também brega.
Mas é como quem pede um picolé ou bala de goma.

Vem?
Quero brincar com você, apresentar-te meus amigos imaginários.
Mostrar aquele machucado e ver quem pula mais alto.
Quem sabe não ficamos amigos?

Se cansares, pegue o sorvete - acabei de comprar.
O churros está quentinho e a pipoca já já cessa de estourar.
Fazemos a boquinha e...
Pimba! Voltamos a brincar.

Como dizes: Pode ser careta.
Mas fazemos divertido.
Quero.
E mais, quero o bem.